Quando eu
tomo decisões sobre atitudes que podem me levar para longe dela, eu paro. Meu
subconsciente me faz parar, eu sonho, eu posso ouvi-la implorar para que eu
pare, como ela já fez antes. Eu paro e ela me diz, finalmente, que eu deveria
ter parado antes.
Por muito
tempo então, eu parei. Sem me dar conta que ela já estava longe para sempre, em
cada parada, eu me afastei de mim. Antes eu não pude escolher, eu a afastei sem
nem saber o porquê. Eu já me perdi dela e de mim mesmo há tempos. Eu escolhi,
dessa vez por um motivo plausível e consciente, ir. Posso ver cada memória
feliz que tive com ela, posso ver cada sorriso dela, posso sentir minhas pernas
falharem e meu coração fraquejar, posso ver meu psicológico estraçalhar, mas eu
não desejo parar. Eu desejo seguir e me reencontrar.
A culpa corrói
cada canto da alma, só pode ser perdoado aquele que se perdoou. Eu não me
perdoei por ter negligenciado amor a ela, não me perdoei por não ter estado ao
lado dela e nem por ter destruído tudo de bom que criamos juntos e talvez tudo
de bom que ela tinha. A vida é um fato engraçado, por estupidez eu deixei de
dar tanto amor a ela, e veja como estou agora, com todo esse amor por ela que
me transborda a alma e mata cada suspiro de resistência em mim.
Eu decidi que
mereço continuar e não esquecer. Entendi que minha penitência seja amá-la, pelo
resto de minha vida, através dos olhos de outra mulher.