Eu a culpo. A
culpo por tudo de bom que aconteceu comigo. A culpo por ter me salvado de mim
mesmo, por ter me encontrado, por ter me amado, por ter sorrido para mim, a
culpo por ter sido minha.
De todas as
pessoas, ela foi a única capaz de enxergar e aceitar quem eu realmente era. Por
uns instantes que acabaram virando anos, eu fui capaz de conhecer um lado meu
que eu jamais havia visto e eu a culpo por isso. Mas quem nós somos, volta, a
escuridão sempre volta.
Eu costumava
ser o tipo de monstro amador, não sabia muito da vida e das pessoas, nem dos
amores, nem das bebidas, nem das boas músicas, nem dos bons livros, nem das
boas piadas e muito menos do que eu estava fazendo da minha vida. Eu
naturalmente evoluí. Evoluí tanto como bom espírito, quanto mau. Eu não a culpo
por isso. Como poderia?
Hoje, o
problema de me manter sóbrio por mais de uma semana, é que eu sinto a real
falta que ela me faz. Ela não estar aqui, me faz sentir como se eu estivesse
sozinho. Como se eu estivesse sozinho todo o tempo. Eu tenho realmente me
preocupado, minha memória é falha e o tempo me envelhece, tenho lutado
constantemente para não esquecer o rosto dela.
Disseram-me
que tudo passa, e o que fica é a saudade. Não me disseram o que passa e o que
deixa de passar, não me disseram que o tempo não ajuda se você não estiver
disposto a se ajudar, eu não disse a ela que eu queria ficar.
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