segunda-feira, 3 de abril de 2017

Eu a culpo. A culpo por tudo de bom que aconteceu comigo. A culpo por ter me salvado de mim mesmo, por ter me encontrado, por ter me amado, por ter sorrido para mim, a culpo por ter sido minha.

De todas as pessoas, ela foi a única capaz de enxergar e aceitar quem eu realmente era. Por uns instantes que acabaram virando anos, eu fui capaz de conhecer um lado meu que eu jamais havia visto e eu a culpo por isso. Mas quem nós somos, volta, a escuridão sempre volta.

Eu costumava ser o tipo de monstro amador, não sabia muito da vida e das pessoas, nem dos amores, nem das bebidas, nem das boas músicas, nem dos bons livros, nem das boas piadas e muito menos do que eu estava fazendo da minha vida. Eu naturalmente evoluí. Evoluí tanto como bom espírito, quanto mau. Eu não a culpo por isso. Como poderia?

Hoje, o problema de me manter sóbrio por mais de uma semana, é que eu sinto a real falta que ela me faz. Ela não estar aqui, me faz sentir como se eu estivesse sozinho. Como se eu estivesse sozinho todo o tempo. Eu tenho realmente me preocupado, minha memória é falha e o tempo me envelhece, tenho lutado constantemente para não esquecer o rosto dela.

Disseram-me que tudo passa, e o que fica é a saudade. Não me disseram o que passa e o que deixa de passar, não me disseram que o tempo não ajuda se você não estiver disposto a se ajudar, eu não disse a ela que eu queria ficar.


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