sábado, 14 de janeiro de 2017

Lembrei-me


O tempo é implacável: passa sem dó.

Lembranças também são implacáveis: lembram a mente de coisas que há muito se foram, e mais: te levam do riso à dor em segundos, e vice-versa.
Então estava eu aqui, nesta tarde ensolarada com as janelas fechadas, músicas aleatórias tocando, a Noah roncando e tomando a maior parte da cama e, assim como o respirar automático, me lembrei de você.
Me lembrei dos beijos apaixonados e sorrisos sem fim nas chegadas e dos abraços apertados, beijos chorosos e promessas de que o tempo iria passar rápido, em cada despedida.
Me lembrei de tudo que me fazia ser loucamente apaixonado por você e que me faziam te amar incondicionalmente. Foi engraçado lembrar das minhas milhares de falhas nos seus dias de carência de tentar te explicar que não existiam motivos para te amar, que você era o motivo.
Me lembrei dos nossos românticos dias monótonos, única época da minha vida em que ficar deitado ao seu lado parecia 99% melhor do que qualquer coisa a se fazer.
Me lembrei que nem tudo é o que parece ser, éramos, constantemente, dois meteoros em rota de colisão, e quando colidíamos, destruíamos tudo ao nosso redor, e então, nos amávamos sem precedentes.
Me lembrei da paz que o seu amor me trazia e da aconchegante sensação de estar em seus braços.
Me lembrei... de te amar um pouquinho mais, mas depois, pelo meu próprio bem, esqueci.