segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Saga

Cara, ela não vai sair da tua cabeça. Você vai achar que a esqueceu. Mas não vai esquecer jamais.
Vai ter dias em que você vai esquecer que ela existe, nem vai se lembrar que ela passou pela sua vida. Em contrapartida, haverá dias em que você não vai conseguir tirá-la da cabeça, nesses dias, você vai lembrar de como eram conectados e algo bem no fundo do seu peito vai tentar ligar o fato de você não conseguir tirá-la da cabeça à ex-conexão de vocês. Você vai querer que ela esteja pensando em você. Mas ela não está.
Acontece que ainda crio diálogos na cabeça. Tem ainda muita coisa aqui que simplesmente não passa. Tenho medo de nunca achar ninguém igual a ela. Mais medo ainda de achar alguém igual a ela. Não vai ser mais ela e isso de certa forma me quebra em pedaços.
Essa é a saga de tentar encontrar um grande amor. Um grande amor pelo qual vale a pena qualquer coisa. Nos dias de frio, perguntamos se um dia alguém vai nos amar, a ponto de sermos nós mesmos.
Prometi nunca mais escrever a ela. E não estou. Estou escrevendo para mim, que depois desse tempo todo, tenho mais dela do que eu mesmo. Escrevo para mim, que sente a falta de poder sentir a falta dela. Não posso mais.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Passagem

Eu já não sei mais o que faço com minha vida. Juro que tentei de tudo. Juro que fiz de tudo para te esquecer e seguir em frente, pois bem, não consegui.
Todos os dias eu acordo e durmo pensando em você. Cada e-mail e cada notificação no celular eu ainda espero que seja você. Meu aniversário se aproxima e eu confesso, tinha esperança que você se lembrasse de mim. Mas então eu vi uma foto sua. Com se novo namorado. Você estava linda. Parecia feliz. Espero que esteja.
Na primeira vez que eu vi sua foto, eu senti algo. Uma mudança para melhor em mim. Hoje depois  de ver essa foto de você e seu novo amor, eu me dei conta que de novo, algo tem que mudar. Algo tem que morrer. Afundarei, então, cada memória, cada pedaço de culpa e todo meu amor por você em um mar aberto de álcool. Espero que não sobre nenhum vestígio de você por aqui.
Quando eu te conheci, um outro eu morreu e eu pude, graças à você, saborear o doce de ser quem realmente sou. Hoje esse meu único e verdadeiro eu morreu. Causa mortis: coma alcoólico influenciado por ter se tornado um ninguém para meu único amor. Agravante: amor, saudade e culpa em níveis elevadíssimos na alma.
Das cartas que te escrevi e que você nunca lerá, essa é a última.

Com amor e carinho, do homem que será para sempre teu (e que acaba de falecer), Mikail Levinski.