terça-feira, 21 de março de 2017

Eu não quero morrer tendo amado só uma vez. Como dizia o mestre Raul, ninguém é feliz tendo amado uma vez.

Quero o calor de um coração encostando no outro através do abraço. Quero o doce da paz do beijo leve, transbordando de emoção. Quero me jogar na alma de alguém mais uma vez, povoar um mundo nunca antes povoado, quero plantar jardins de amor sem fim no coração daquela que primeiro meu caminho cruzar.

A necessidade carnal nem se compara. Corpos são fáceis de tocar. Quero que me toquem a alma, quero que arrombem meu peito e que façam meu coração de refém. Já tirei a verba da segurança do coração, qualquer um pode entrar e levar o pobrezinho consigo. Quero, desesperadamente que me tirem daqui, que me fujam comigo e que não me devolvam nunca mais.

Eu não quero viver tendo morrido de amor só uma vez. Apesar de ter a já velha concepção incrustada no peito de que amor é só um na vida, quero, com todas as minhas forças, matar esse amor que ainda vive aqui e que há tempos já deixou de ser bem vindo. Desejo morrer. Morrer de amores. De mil e um amores, se possível.