Paralisado. Assim estava eu sentado na cadeira ao lado de minha cama. O olhar profundo e perdido se infiltrava na parede azul esbranquiçada.
A lembrança dela voltou com tudo, a última coisa de que me lembro, era de ver algumas coisas antigas. E aí pá! A coisa antiga era uma declaração dela dizendo o quanto me amava. Paralisei. As emoções esvaíram-se do meu corpo, os pensamentos correram pra longe, e a respiração calma me deixava sentir o coração bater na minha caixa torácica, em um movimento que talvez a intenção fosse que a lasca de algum osso o penetrasse e acabasse com isso.
O sono não virá de novo.
Incrível como em poucos segundos todo o amor reprimido, a saudade exarcebada e a culpa entranhada em minhas veias, deram lugar a um vazio. Um vazio que eu sinto sempre que sinto a falta dela.
O sono não virá de novo, e o vazio do meu corpo se juntará ao vazio do quarto escuro.
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