sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Eram quatro da manhã e tudo o que eu podia sentir era o gosto amargo daquele belo whisky e o frio congelante de uma madrugada de Julho. No degrau da varanda, eu me encolhia, o copo numa mão e a outra agarrada ao meu cabelo. Penso então em como tudo chegou até esse ponto.
Se me agarro bem nas memórias, devo ter te conhecido numa madrugada fria desse mesmo mês de Julho, éramos só nós dois, bêbados, abraçados um ao outro, quase que como você se agarra naquele último pedaço de pensamento antes de chorar. Eu olhava pra você e você pra mim, você esperava algo, eu aceno numa direção que você vire o rosto, você vira e quando volta a me olhar, cá está minha ação, um beijo estalado, com gosto de álcool, nada mal devo admitir.
Pode se parecer com outra história qualquer, mas essa nem chegou a acontecer, acredito que seja por isso que eu esteja aqui sentado, imaginando como seria se tivesse realemente acontecido. Ou talvez seja só minha negação me dizendo pra esquecer? A essa altura da madrugada, já não tenho mais certeza de nada. Fato é, que merda, você estava tão linda me agarrando daquele jeito, seus olhos brilhavam mais que as estrelas no céu negro, cheio de escuridão.
Hora de ir pra cama, ou talvez tomar mais um gole? Ambas opções não me farão parar de pensar naquela noite e naqueles seus olhos lindos, negros como a cor do céu de madrugada e reluzentes como nenhum estrela reluzia......

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