sexta-feira, 29 de julho de 2016

É Tarde

Ela foi a única que já me viu chorar. A única que me abraçou enquanto em prantos eu me derramava, e sem dizer uma só palavra, meu cabelos afagava e a mim abraçava.
Foi no nosso segundo natal juntos (consegui não estragar o primeiro), depois de 9 anos da morte do meu pai, eu finalmente consegui demonstrar para alguém a falta que ele me fazia. Ela me trouxe a sensação de preenchimento e de família que o natal costuma trazer e que eu não sentia há anos, desde a morte do meu pai, e posteriormente, desde a separação dos meus tios.
Ontem o dia foi atípico: almoço em família e café da tarde, mãe, vó, irmão, minha tia e meu tio. Ela era só um pequeno ponto faltando, um pequeno ponto que pesava uma tonelada no meu coração.
Eu nunca fui capaz de demonstrar a ela tudo o que ela significava para mim, acho que nem eu mesmo tinha ideia de tudo o que ela representava para mim. Me prendi demais no amor, paixão, amizade, companheirismo, tesão. Era muito mais do que isso, ainda é muito mais. É algo que nunca soube sintetizar.
Nunca consegui demonstrar tudo isso à ela e nunca conseguirei. É tarde demais.

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